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quarta-feira, 24 de abril de 2013

Na vastidão do quarto...

imagem google.com






















Sozinha



Eu acordei assustada
Na vastidão do meu quarto eu escutava o eco dos meus batimentos cardíacos
Olhei para o teto e me vi flutuando
Eu só tinha olhos, não tinha boca e não tinha nariz
Não me tinha



Através dos meus olhos eu olhei pra dentro de mim
Um gosto de sorvete me veio à boca
Senti um olor de quando era criança! Era de mim mesma
Eu me ilhava aflita... Não tinha boca eu me olhava



Sozinha eu gemia
Sozinha eu ficava
Com os olhos gritava
Sozinha e frustrada... Gélida, pálida e inerte



No abismo da minha cama diante de tal situação eu grito
Meu corpo inquieto. Não para 
Estico-me 
Me aperto me encolho
Escolho-me



Olhei para o teto e me vi flutuando
Do teto no fundo do olho me vi esticando
Flutuando eu deprecava não me ver acuada
Eu era a esquivança do eu a vir 
Eu era uma borboleta nos ombros outrora no nariz



Fiquei de pé encima da cama
Estava meio tonta, mas a estese de me ver trouxe-me equilíbrio
Olhava meu corpo que flutuava
Meu corpo acalmava



Eu não me aceitava
Eu não sou eu
Eu era um estado, não era lesiva eu era nociva e ativa
Nutar não era de mim



Flutuando eu me olhava
Com semblantes pavidos
Eu me olhava naquilo que eu não precisava ser
Nem queria ser



Entendi porque ali presente eu flutuava
Esta era o que eu tirava de dentro de mim
Era a renuncia e não agüentava
Repudiava



O meu flutuar era salutar
Eu posso gritar
Eu quero gritar
Rasgar os pulmões
Chorar e expurgar



Reconhecer o que sou
Não é o que sou
Apenas um estado 
Sozinha. Só.



Gregórian J.P.

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