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domingo, 14 de julho de 2013

Não tente deter o vento...


Navegue
Silvana Duboc


Navegue, descubra tesouros,
mas não os tire do fundo do mar, o lugar deles é lá.
Admire a lua, sonhe com ela,
mas não queira trazê-la para a terra.
Curta o sol, se deixe acariciar por ele,
mas lembre-se que o seu calor é para todos.
Sonhe com as estrelas, apenas sonhe,
elas só podem brilhar no céu.
Não tente deter o vento,
ele precisa correr por toda parte,
ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde.
Não apare a chuva, ela quer cair e molhar muitos rostos, não pode molhar só o seu.
As lágrimas? Não as seque,
elas precisam correr na minha, na sua, em todas as faces.
O sorriso!
Esse você deve segurar, não deixe-o ir embora, agarre-o!
Quem você ama?
Guarde dentro de um porta-jóias, tranque, perca a chave!
Quem você ama é a maior jóia que você possui, a mais valiosa.
Não importa se a estação do ano muda,
se o século vira, se o milênio é outro, se a idade aumenta;
conserve a vontade de viver,
não se chega à parte alguma sem ela,
Abra todas as janelas que encontrar,
e as portas também.
Persiga um sonho, mas não deixe ele viver sozinho.
Alimente sua alma com amor,
cure suas feridas com carinho.
Descubra-se todos os dias, deixe-se levar pelas vontades,
mas não enlouqueça por elas.
Procure, sempre procure o fim de uma história,
seja ela qual for.
Dê um sorriso para quem esqueceu como se faz isso.
Acelere seus pensamentos,
mas não permita que eles te consumam.
Olhe para o lado, alguém precisa de você.
Abasteça seu coração de fé, não a perca nunca.
Mergulhe de cabeça nos seus desejos, e satisfaça-os.
Agonize de dor por um amigo,
só saia dessa agonia se conseguir tirá-lo também.
Procure os seus caminhos, mas não magoe ninguém nessa procura.
Arrependa-se, volte atrás, peça perdão!
Não se acostume com o que não o faz feliz,
revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças,
mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se achá-lo, segure-o!
Caso sinta-se só,
olhe para as estrelas: eu sempre estarei nelas.
Não estão ao seu alcance mas estarão eternamente brilhando para você!

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domingo, 7 de julho de 2013

Que frio que me dá o encontro desse olhar...





Pela luz dos olhos teus


Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só p'ra me provocar
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar
Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.


Vinícius de Moraes

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Olha-me de novo...




Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água
desejasse.

Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.

Te olhei. E há um tempo.
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta

Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento.


Hilda Hilst

Amor com amor se paga...


PARÁBOLA DA NORA E A SOGRA
Francisco Carlos de Aguiar Neto

O plano para morte da sogra pela nora:
Conta-se que na China Oriental existia uma jovem recém casada chamada “Wei chin”, que era esposa de um jovem Oriental de nome Ian chin, Vivian quase que na felicidade total, pois a harmonia era quebrada pela mãe de Ian, que nutria um grande ciúme de seu filho com sua Nora, sendo comuns brigas e discussões entre Wei e sua sogra, chegando ao ponto de seu marido Ian, não suportar mais as desavenças que estavam transformando sua vida em um verdadeiro inferno, chegando ao ponto de ameaçar a sair pelo mundo e desaparecer para sempre de sua família. 

A jovem Wei, desesperada procurou um velho sábio e curandeiro que habitava naquela região e pediu-lhe um Veneno forte que matasse de vez a sua sogra. O sábio balançou a cabeça e disse que faria o veneno, mais não um que matasse a horrenda senhora de uma só vez, pois chamaria a atenção das autoridades e principalmente de seu marido que desconfiaria imediatamente da jovem esposa. Contudo advertiu que para não gerar suspeitas Wei deveria a partir de então, tratar a sua sogra com cordialidade ,respeito,urbanidade e afetividade para não figurar como suspeita após a sua morte. 

O sábio deu-lhe uma porção de veneno, afirmando que deveria ser servido com o Chá, pela manhã e pela noite e que faria efeito gradativo, matando a infortuna sogra homeopaticamente. Sendo que Wei servia sua sogra todo dia, religiosamente e passou,como havia recomendado o Sábio, a tratar a velha insuportável de maneira urbana e polida, dia após dia. 

Passaram-se dias, meses e o convívio de Wei com sua sogra melhorara, pelo fato da nora a tratar de maneira respeitosa a famigerada sogra também mudou seu comportamento para com a sua nora, onde se transformaram em grandes amigas e confidentes. 

Wei chegou então, a conclusão que sua sogra não era uma pessoa tão má como pensara, mas então bateu repentinamente o remorso, pois antes de saber que sua sogra era uma pessoa tão maravilhosa, Wei ministrara durante meses o veneno que o sábio havia prescrito para matar agora a amada sogra gradativamente, então procurou desesperadamente o velho sábio, e aos prantos, suplicou ao distinto senhor para que não deixasse sua sogra morrer, pois havia se enganado sobre a sua dignidade e que aquela que antes detestava, na verdade se transformara em sua segunda mãe e que não imaginava viver sem a companhia daquela pessoa maravilhosa, que gerara o amor de sua vida, seu esposo Ian Chin. 

O velho sábio mais uma vez balançou a cabeça e disse a agoniada jovem: ”-Aquieta seu coração!!, pois o suposto veneno que lhe dei, nada mais era que ervas aromáticas e benéficas à saúde, que você sem saber ,a cada dia cuidava da saúde de sua sogra, que andava estressada e aborrecida contigo, e consequentemente poderia gerar uma ulcera ou gastrite na velha senhora”. E Wei aliviada agradeceu ao velho senhor por não ter atendido ao pedido impetuoso de uma jovem inexperiente e magoada com vida. 

Às vezes é necessário termos a sensação de perda para reconhecermos o bem precioso que temos em nossas mãos. Contudo através da paciência, da educação, do respeito, urbanidade e deferência podemos enxergar aquilo que nos parece obscuro, iluminando nossa visão rumo a desvendar a verdadeira essência do ser humano, que muitas vezes estão escondidas pelos nossos valores e preconceitos.   
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